terça-feira, 29 de março de 2011

O Imperador e o povo


Era uma vez um imperador, que governava seus domínios com dedicação e prudência. Sempre foi aclamado e admirado por seus súditos. Era motivo maior de orgulho para eles. Enfrentava batalhas com coragem e seus exércitos eram conhecidos pela quantidade de conquistas. Mas um dia ele tombou, derrotado por si mesmo. Entregou-se aos prazeres da carne, trocou seu povo por orgias regadas a álcool. E, do fundo do poço, quis retomar seu trono. Para tanto, rasgou sua túnica de nobre e decidiu voltar a lutar. Dessa vez, ao lado da plebe.

A história, que parece um miniconto infanto-juvenil, se confunde com a vida de Adriano, o Imperador. Um atleta marcado por polêmicas e sucessos. Paradoxalmente a carreira do jogador é repleta de escândalos e conquistas. Aos amantes do esporte bretão, é impossível esquecer o início avassalador na Inter de Milão, o excelente desempenho dentro de campo pelo Flamengo em 2009 e, mais ainda, o antológico gol de empate contra a Argentina na final da Copa América de 2004 aos 48 minutos do segundo tempo.

O triste é lembrar que Adriano dividiu seu sucesso em páginas esportivas com brigas em público com ex-namorada, fotos ao lado de traficantes de drogas e ostentando armas de fogo, além de muitas, muitas faltas aos treinos. E agora?

O Corinthians é uma eterna panela de pressão, onde qualquer deslize pode ser fatal. Por outro lado, é o local ideal para quem quer mostrar ao mundo que pode sim estar outra vez entre os maiores. Futebol para isso Adriano sempre teve. É hora de transformar a interrogação que carrega sobre si em uma exclamação. O time do povo está, em grande maioria, de braços abertos para a chegada do matador. A expectativa é que, ao lado de Liédson, um ataque fenomenal esteja para ser formado. Quando um imperador aceita de tão bom grado ser mais um em um meio marcado pela Democracia, pode ser um forte indício de que tempos de glória estão próximos.

Bem-vindo ao Corinthians, Adriano!



Este foi o primeiro texto meu para o blog da Fiel Juiz de Fora, onde vou ter uma coluna literária. Vez por outra, trago o que tiver lá para cá.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Baby, baby



Há uns dias conheci o filho de um primo. Na verdade eu já tinha o visto uma vez, no aniversário dele de um ano, mas não não houve interação. Agora, com cinco, o menino fala bastante – geralmente de videogames. Talvez por isso nos demos tão bem.

O fato se deu quando eu e minha cunhada conversávamos sobre ele, enquanto seus olhos estavam fixos sobre a tela do PSP, grudado nas mãos (geração anos 80, PSP é um PlayStation Portable – isso mesmo, como um minigame de Playstation, com alta definição). Eu disse que achava o pequeno primo muito parecido com meu tio, pai do pai dele. Minha cunhada avaliou que suas feições eram iguais às da mãe. Fomos, então, tirar a prova.

- Nícolas!

- Oi. (Sem piscar, olhos fixos no game.)

- Com quem que você se parece?

- Com o Justin.

- Com quem?

- Justin Bieber.

É... A nova geração chegou.