Ele dizia que ela era diferente. Dizia que sentia isso. Só não sabia apontar exatamente onde estava a diferença, se era em ponto especial ou no todo. É que ela se portava de um belo jeitinho próprio, único. De um jeito dela. Tinha uma postura definitivamente singular. Ela era dona de uma presença discreta, mas marcantemente discreta, impossível de passar despercebida.
Ela conversava coisas diferentes, inteligentes. Tinha uma história interessante e falava de uma forma diferente, que dava mais vontade de ser ouvida, sem a menor pressa. Carregava um humor gostoso e constante. Ela era das companhias mais agradáveis, pra esperar a chuva, pra ver o sol, pra caminhar estrada afora. E, então, como mágica, os programinhas mais simples poderiam se converter em eventos diferentemente especiais.
Ela era uma pessoa linda. E, some-se a isso, uma mulher linda. Como se não bastasse, ainda tinha olhos que brilhavam. Eram como olhos de princesa! Isso, uma bela princesa de um reino imaginário, boa definição.
E ela tinha um beijo diferente.
Ou talvez ela fosse igual às outras. De dias bons e dias ruins. Como as outras. De acertos e erros. Igual a todas. Com qualidades e defeitos. Só com o sorriso muito mais bonito.