Chiclete, chuva e banana:
combinação que deu certo
É preciso mais que um temporal para parar um chicleteiro. O público presente ao show do Chiclete com Banana em São Mateus provou que água não dissolve animação — pelo contrário, dá até mais energia. Os milhares de foliões curtiram a apresentação da maior banda de axé brasileira até o último instante, na madrugada contínua ao dia em que foi registrada a maior precipitação do ano.
Quando o Chiclete subiu ao palco, o sábado já se iniciava e a chuva era ininterrupta desde a manhã do dia anterior. Mas foi só Bell Marques aparecer, armado com sua guitarra e sua bandana, e colocar fogo na multidão. Enquanto isso, no alto, a explosão de fogos de artifício coloria o firmamento. O espetáculo foi aberto com o sucesso Eu quero esse amor e o rei dos chicleteiros logo profetizou: “Esta noite não há estrelas no céu. Porque todas elas estão aqui”. A partir daí foi só confiar nos teclados de Wadinho Marques, as percussões de Waltinho Cruz e Deny, a bateria de Rey e o contrabaixo de Lelo que tudo daria certo.
O pessoal dos camarotes, protegidos das águas, resistiu um pouco mais, mas o som contagiante dos baianos acabou reunindo grande parte dos foliões na pista. Formou-se então um único mar de abadás amarelos, cor-de-rosa e alaranjados. No chão, algumas poças se consolidavam, as chapinhas dos cabelos femininos se desfaziam, a roupa sujava. E a alegria e empolgação cresciam na mesma proporção. Coisas dos tais chicleteiros. Representando o Município, o Swing Battifun, do alto do trio elétrico, cuidou para que Bell e sua turma encontrassem o público já aquecido e em ponto de bala para o show inesquecível. São Mateus recebeu visitantes de diversos pontos do País. Bandeiras do Espírito Santo e de outros estados tremularam entre os micareteiros.
Isso que eu falei.