segunda-feira, 3 de novembro de 2008

4-1-3-2

Assumo a equipe. A direção espera que o clube obtenha uma posição respeitável no campeonato. Espera o título. Ou, simplesmente, a promoção à divisão de elite. Checagem minuciosa no plantel, olho clínico em busca de valores que mereçam permanecer — só um ou outro. Aos demais, a lista de transferências. Observo as finanças, não era bem o que eu esperava. Segmento os atletas em treinamentos por posição.

É hora de começar a montar o esquadrão. Sem muitos recursos, nomes consagrados esquecidos e desempregados são o primeiro alvo — as promessas vêm em seguida. Talvez um empréstimo valha a pena. Puxo na memória aqueles que outrora deram conta do recado e conquistaram vagas eternas em quaisquer circunstâncias. Em viagem rápida pelos confins europeus, as primeiras peças começam a ser decididas. Grécia, Suécia, Ucrânia, divisões inferiores de Portugal.


Ainda falta alguma coisa. Bielo-Rússia e Bósnia-Herzegovina: celeiro de craques — garantem a linha de frente. Atenção ao limite de estrangeiros. É preciso entender como se encaixam as engrenagens da máquina. Os adversários se reforçam.


Agendar amistosos. Times fortes, que testem minha equipe pra valer. A estratégia precisa ser ajustada. Dois ou três zagueiros? Dois ou três meias? Dois ou três atacantes? De novo analiso o material humano à disposição. Adéquo o time à tática ou a tática ao time? O tempo diz. Começa o campeonato. Tantas horas de jogo se passaram.


Um hat-trick na estréia! Sabia que nele poderia confiar, nunca falhou. Finalização 20 — a chave do sucesso. Ah, e os tais atributos escondidos! Está contente com sua situação no clube, pensa que o técnico é extremamente competente. Acho que vou juntar minha voz à dos que esperam que em breve ele tenha uma oportunidade na seleção principal. A direção está agradada, em questão de tempo deliciar-se-á.


Jogo difícil e decisivo, contra o bicho-papão da temporada. Apreensão, quase tremo. Titulares até poupados na última rodada. Ih, um a zero para eles. Pausa! Penso. Seta maior nos laterais, ação livre no camisa 10, um ponta-de-lança a mais em campo. Rola a bola. Pausa. Rola a bola, pausa. O placar se inverte, gol chorado no finalzinho. Eu grito, saio correndo pelo quarto, quase choro, xingo. Nem percebo o cair das horas. Outro desafio vencido — rumo ao troféu, ao bi, ao tri, ao hexa... Se um combate é perdido, levanta a cabeça que a vida segue. O save também. Madrugada adentro.


Da Terceira Divisão para Tóquio. Libertadores, Champions League, uma de cada vez. Topo da reputação mundial. Quer vir treinar o Brasil? Os anos se passam, no jogo e na vida, e eu continuo na temporada 2001/2002. Os títulos acumulam-se e até as decepções. Uma dica? Na dúvida: mentalidade atacante e passe curto num 4-1-3-2. Comigo sempre deu certo.


Isso que eu falei.

Um comentário:

Régis André disse...

Eu fiquei sem entender quase até o fim, mas acho que consegui...

Seu time no Championship Manager foi campeão, é isso?