domingo, 8 de agosto de 2010

Crônica bancária


Na fila para sacar dinheiro da máquina de autoatendimento no banco está um senhor idoso, acompanhado de uma mulher. Ele, de óculos de grau e roupa social. Um típico vovô. Ela, de vestido justo e curto, que deixa à mostra as grossas coxas. Deve ter metade da idade dele – e olha que já não é mais tão novinha.

A vez deles se aproxima. Ela pergunta, só pra ter certeza:

- O senhor entendeu, né? São 150 reais.

Ele para, olha para ela, pensa, fixa o olhar em um ponto inexistente. Levanta uma das sobrancelhas e trava a boca em forma de “o”. Parece buscar na memória o exato instante do diálogo em que o acordo fora firmado. Questiona:

- Ué... Não era 50?

- Não! Eu avisei antes pro senhor. O preço é 150.

- Ummm. Mas não é mesmo 50?

Não, não era. E trato é trato. Hora do saque.




Será que é parente daquele famoso velhinho?