Ele adorava aquela casa noturna. Além da música boa, o ambiente em si já valia a pena. O tom da meia-luz, a decoração cuidadosa, o atendimento dos funcionários e o volume da música (alto na medida certa, sem interferir nas conversas das rodas de amigos e casais) formavam um conjunto harmonicamente perfeito. Era um lugar diferente, sem se forçar a ser alternativo demais, e frequentado por pessoas bacanas. Vira e mexe, ele aparecia por lá.
Com o tempo, criou uma admiração pelo local. Dessas de sempre elogiar, de brincar de dizer que um dia ainda trabalharia lá. Orgulhava-se de afirmar que presenciara todas as boas histórias acontecidas nos dois andares da casa nos últimos anos. Até que, quem diria, foi o protagonista de uma.
Ainda no começo de uma noite de bom público, ele foi ao banheiro. Parou por um instante no espaço que divide o ambiente masculino e o feminino, onde fica afixado um quadro com a programação do mês da casa e decidiu em quais dias estaria presente – praticamente todos. Naturalmente caminhou para a porta com o M pintado, distanciando-se da com um F. Normal, seguiu-se a balada.
Mais tarde, sob efeito de algumas cervejas, teve vontade outra vez de ir ao sanitário. Como a fila estava razoavelmente grande, foi aonde, embora já tivesse estado, não ia com frequência: o banheiro do segundo andar. Com uma long neck na mão e viajando ao som de uma boa banda que tocava um clássico do rock internacional, entrou, parou em frente à latrina e ali aliviou a bexiga, com a porta despreocupadamente aberta. Ao terminar, virou-se de costas e viu duas moças – uma com batom e outra com maquiagem nas mãos – em frente ao espelho, com olhos arregalados e semblante de espanto. Para piorar, a porta de acesso ao vaso ao lado foi aberta e de lá saiu outra mulher, que soltou um gritinho fino quando o notou.
Sem processar direito o que acontecia, mas sem ter outra escolha, caminhou rápido para deixar o banheiro, ainda tendo tempo de topar com uma quarta mulher, que lá entrava e parou ao vê-lo, dando um passo para trás. Andou até a porta e lá notou o mesmo M, igual ao do andar debaixo. Algo não se encaixava. Então deu meia volta e avistou o outro sanitário, com um H em destaque na entrada. Fora traído pelos sinônimos.
Com o tempo, criou uma admiração pelo local. Dessas de sempre elogiar, de brincar de dizer que um dia ainda trabalharia lá. Orgulhava-se de afirmar que presenciara todas as boas histórias acontecidas nos dois andares da casa nos últimos anos. Até que, quem diria, foi o protagonista de uma.
Ainda no começo de uma noite de bom público, ele foi ao banheiro. Parou por um instante no espaço que divide o ambiente masculino e o feminino, onde fica afixado um quadro com a programação do mês da casa e decidiu em quais dias estaria presente – praticamente todos. Naturalmente caminhou para a porta com o M pintado, distanciando-se da com um F. Normal, seguiu-se a balada.
Mais tarde, sob efeito de algumas cervejas, teve vontade outra vez de ir ao sanitário. Como a fila estava razoavelmente grande, foi aonde, embora já tivesse estado, não ia com frequência: o banheiro do segundo andar. Com uma long neck na mão e viajando ao som de uma boa banda que tocava um clássico do rock internacional, entrou, parou em frente à latrina e ali aliviou a bexiga, com a porta despreocupadamente aberta. Ao terminar, virou-se de costas e viu duas moças – uma com batom e outra com maquiagem nas mãos – em frente ao espelho, com olhos arregalados e semblante de espanto. Para piorar, a porta de acesso ao vaso ao lado foi aberta e de lá saiu outra mulher, que soltou um gritinho fino quando o notou.
Sem processar direito o que acontecia, mas sem ter outra escolha, caminhou rápido para deixar o banheiro, ainda tendo tempo de topar com uma quarta mulher, que lá entrava e parou ao vê-lo, dando um passo para trás. Andou até a porta e lá notou o mesmo M, igual ao do andar debaixo. Algo não se encaixava. Então deu meia volta e avistou o outro sanitário, com um H em destaque na entrada. Fora traído pelos sinônimos.