O jogo acabou. Pelo menos o tempo de bola rolando. Parecia que não terminaria nunca, que partida tensa. Eu tentei muito, mas não consegui jogar bem. O time dos caras é bom, marca bem. Cento e vinte minutos de futebol e ainda zero a zero. Falta pouco.
É o jogo mais importante da minha carreira. Sonhei a vida inteira em estar aqui, agora. Sei o tanto que todos confiam em mim, meus companheiros e meu povo. Eu fiz por onde, sou o atual dono do título de melhor jogador do mundo. Como eu, hoje, talvez só um brasileiro e um búlgaro. O argentino está parando.
Minha história no esporte passa como um filme em minha mente. Desde o comecinho, no Vicenza. Lembro-me do meu primeiro técnico, que me apelidou de Zico, meu eterno maior ídolo, pela habilidade. Lembro-me de quando eu assistia ao Flamengo pela televisão, pra aprender um pouco com o esquadrão de Zico e Júnior. Parece ironia agora.
Será que todas essas pessoas me olhando conhecem minha história? Será que sabem que, quando fui contratado pela Fiorentina, quase tive que parar de jogar bola por conta de uma gravíssima lesão no joelho? Sem falar nos 220 pontos que tomei para costurá-lo.
O mundo lembra que, depois, já na Juventus, acusado de mercenário e traidor pela minha ex-torcida, me neguei a cobrar um pênalti contra a Fiorentina? Uma penalidade que, com certeza, não marcou minha carreira. O cara que bateu, errou. Mais tarde, em lágrimas, beijei um cachecol violeta da Fiorentina e, outra vez, fui aplaudido por eles.
Em 1990 deixei o meu contra a Argentina, na semifinal, na disputa por pênaltis. Mas perdemos.
Se o meu time está aqui, agora, deve muito a mim. Depois do sufoco na primeira fase, fui decisivo no mata-mata. Guardei dois contra a Nigéria, na vitória de virada. Deixei um contra a Espanha e outros dois na surpreendente Bulgária no jogo passado. Falta pouco para o final feliz.
Meu país depende de mim. Sou o líder, o craque, o camisa 10.
Sempre sonhei, desde menino, jogar uma final de Copa do Mundo. O rival dos meus sonhos era o Brasil.
O treinador me grita:
- Roberto, cê bate o último?
- Claro, professor.
Minha pequena homenagem ao gênio italiano Roberto Baggio. Na carreira, Baggio converteu 76 penalidades em 91 cobradas. Uma delas, na partida de quartas-de-final contra a França, na Copa de 1998. A Itália, mais uma vez, foi eliminada.
É o jogo mais importante da minha carreira. Sonhei a vida inteira em estar aqui, agora. Sei o tanto que todos confiam em mim, meus companheiros e meu povo. Eu fiz por onde, sou o atual dono do título de melhor jogador do mundo. Como eu, hoje, talvez só um brasileiro e um búlgaro. O argentino está parando.
Minha história no esporte passa como um filme em minha mente. Desde o comecinho, no Vicenza. Lembro-me do meu primeiro técnico, que me apelidou de Zico, meu eterno maior ídolo, pela habilidade. Lembro-me de quando eu assistia ao Flamengo pela televisão, pra aprender um pouco com o esquadrão de Zico e Júnior. Parece ironia agora.
Será que todas essas pessoas me olhando conhecem minha história? Será que sabem que, quando fui contratado pela Fiorentina, quase tive que parar de jogar bola por conta de uma gravíssima lesão no joelho? Sem falar nos 220 pontos que tomei para costurá-lo.
O mundo lembra que, depois, já na Juventus, acusado de mercenário e traidor pela minha ex-torcida, me neguei a cobrar um pênalti contra a Fiorentina? Uma penalidade que, com certeza, não marcou minha carreira. O cara que bateu, errou. Mais tarde, em lágrimas, beijei um cachecol violeta da Fiorentina e, outra vez, fui aplaudido por eles.
Em 1990 deixei o meu contra a Argentina, na semifinal, na disputa por pênaltis. Mas perdemos.
Se o meu time está aqui, agora, deve muito a mim. Depois do sufoco na primeira fase, fui decisivo no mata-mata. Guardei dois contra a Nigéria, na vitória de virada. Deixei um contra a Espanha e outros dois na surpreendente Bulgária no jogo passado. Falta pouco para o final feliz.
Meu país depende de mim. Sou o líder, o craque, o camisa 10.
Sempre sonhei, desde menino, jogar uma final de Copa do Mundo. O rival dos meus sonhos era o Brasil.
O treinador me grita:
- Roberto, cê bate o último?
- Claro, professor.
Minha pequena homenagem ao gênio italiano Roberto Baggio. Na carreira, Baggio converteu 76 penalidades em 91 cobradas. Uma delas, na partida de quartas-de-final contra a França, na Copa de 1998. A Itália, mais uma vez, foi eliminada.