Um estranho rapaz de voz estranha e cabelo estranho. Talvez esta seja a mais sintética das definições do saudoso Victor Godoi Castro. Mas mais que o tom de voz incomum – e até levemente sensual – e as mechas alvas que recobrem a cabeça, Victor marca quem o conhece por seu jeito de tratar as pessoas e, sem querer, fazer-se querido.
O Victor é o rapaz gente boa que se dá bem com todas as tribos. O parceiro de todas as horas, de todas as rodas de amigos. Sem importar-se com o dia da semana ou a hora indicada no relógio, ele sempre se mostra disposto a tomar mais um copo, seja de cerveja ou destilados, e divertir-se, sorrir e falar da vida dos outros – de brincadeira, claro. Além disso, Victor faz-se de despercebido, finge de morto, mas é um grande galanteador, um conquistador dos novos tempos, alvo de muitas mocinhas.
O nobre formando em Comunicação Social é o cara que nunca foi visto discutindo com ninguém. Tampouco alguém o viu dizer qualquer coisa de ruim acerca de outrem. Pelo contrário, o Victor só faz bem às pessoas, faz elas rirem, várias e várias vezes. É um cara engraçado por natureza, que se encaixa em qualquer meio social. Ele fez e faz parte de todas as turmas da faculdade, é bem-vindo na galera do estágio, se dá bem com o pessoal do alojamento e por aí vai. Em todos os núcleos, mostrou-se digno de confiança e de um alto posto da hierarquia interna. Uma pessoa fácil de ser admirada e gostada, de graça, talvez muito mais do que só pelo senso de humor requintado.
Quando chegou a Viçosa, da vizinha Ponte Nova, ainda mostrava-se meio perdidão, mas viveu todas as experiências imagináveis na Terra dos Sonhos. Talvez venham daí os traços claros nos cabelos – um reflexo, não da idade, mas da experiência de vida do simpático estranho garoto. Um amigo digno de deixar saudades e um lugar cativo, a fixed place, no coração de quem cruzou seu caminho.