Por Matheus Espíndola
Foi um tempo curto, mas incrível. Tomemos como marco inicial o dia em que um moreno forte e crespo arrancou, do painel do R.U, o anúncio de vaga para morar com outros estudantes no pomposo Edifício Tocqueville. Com a maior cara de pau, ao retirar o pequeno cartaz do frequentado mural, Pedro Bezinelli eliminou a concorrência para fazer parte daquele lar. Numa tarde especial, de Nico Loco — quando esta ainda era a balada soberana da cidade —, ele chegou.
À sua espera, estava o então líder Cano, que, por uma inesperada manobra do destino, já havia se relacionado com a namorada do novo integrante. Este, porém, no passado, tivera um affair com a cobiçada e protegida irmãzinha de outro membro: o pequeno, mirabolante e formidável Manoel. A primeira impressão foi fulminante. Formava-se, ali, uma família.
Na área de serviço do confortável apartamento, residia o caçula, e, por sinal, o galã da casa, conhecido como Wiber. Embora nem tivesse atingido a maioridade, era o mais maduro do lar e o guardião das finanças. O que esses sujeitos tinham em comum? Eles viviam o ápice da juventude. Solteiros, curtiam intensamente a vida boêmia. Com o passar do tempo, as mocinhas da cidade passaram a não aprovar tal comportamento leviano e muito se queixavam dos garotões. Acusados injustamente, eles se inspiraram numa poética canção da dupla “Teodoro e Sampaio” para batizarem a república: É Mentira Dela!
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Passados alguns dias, o ponderado Noavo ingressava na informal moradia. Destoava dos outros companheiros, pois era comprometido, tinha quase 30 anos de idade e cursava o mestrado. Sua integração foi mínima, uma vez que ele passava todos os dias, noites e madrugadas praticando caloroso e barulhento sexo em seu quarto. No ano seguinte, desembarcou na república o prendado e talentoso Noego. Filho de um renomado cheff de cozinha, Noego tinha dons culinários fenomenais. Andava cercado de menininhas, mas não deixava ninguém pegá-las — nem ele mesmo. As aventuras vividas foram inúmeras, mas são assunto para outra hora...
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O lar começou a desmoronar quando Manoelzinho transferiu-se para uma instituição de ensino de melhor reputação. Logo após, Cano concluiu a graduação e também sumiu no mundo. Desmotivados, Wiber, Noego e Noavo se foram. Bezinelli permaneceu no mesmo local, mas preferiu por um ponto final naquela fascinante lenda — e chefiou a formação de uma nova equipe, com outra denominação. Pouco mais de um ano durou a breve saga da residência onde imperou a ternura e a alegria. Um verdadeiro conto de fadas chamado República É Mentira Dela!
Nota do editor: Após mudar-se, Wiber formou, com sua turma da faculdade, a República Grillo. Por minha sugestão, estão concorrendo ao concurso República Redonda, da Skol. Vote neles!
5 comentários:
q isso meus amigos... esse texto da mta vontade d chorar e rir ao msmo tempo.. época boa...
Sensacional...quanta saudades de vcs aqui...Época boa, q sempre estará via nos meus pensamentos!!!
Eu sempre choro quando leio essas histórias...
caramba... ate emocionei aki.bons tempos esses.. saudade pkraio
detalhe para o novo nome que bezineli deu a republica: "Os abduzidos" e a foto d noego com cara d presidiario
Me lembro que durante uma época as vagas para participar das concentrações realizadas nessa república eram as mais disputadas...que saudade da eqüipe!
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