Na verdade não moro sozinho. Digo isto apenas para afugentar criminosos e paparazzi. Por enquanto, somos em quatro.
Este é meu grande amigo coala. É quem me ouve nos momentos de solidão, quem me abraça nas noites frias. Mentira, em Guriri não tem noites firas. É presente de Natal da minha namorada Fernanda — de quando ainda nem éramos oficialmente um casal. Talvez tenha sido uma tentativa de acelerar as coisas e eu pedir logo a mão dela. Se foi, deu certo.
Ao ganhar o coala, improvisei, com o laço que envolvia o embrulho, uma gravata borboleta para o bicho. Ele ficou elegante, com pose de animal bem-sucedido nos negócios, um gentleman. Assim, com tamanha autoridade, ganhou o nome de Senhor Coala. A gravata, claro, eu perdi instantes depois.
E eu sei que ele está precisando de um banho.
Esta é a Pig depois que sofreu mutação genética. Era apenas uma porquinha cor-de-rosa de poupar moedas. Certo dia, depois de muito tempo que já a tinha, decidi alimentá-la com uma moeda de R$ 1 pela primeira vez. Ela, que não estava acostumada ao tamanho do metal, cedeu, quebrando parte do dorso. Quase um rompimento de hímen.
Eu não achei ruim, porque assim poderia assaltá-la sempre que preciso. Mas um dia, no período de Réveillon, minha família veio me visitar. Meu pai, após chegar da praia — onde suspeito que bebeu uma cerveja estragada — resolveu reparar pequenos defeitos na casa. Consertou a tampa do fogão e sobrou durepox. O gatuno, aproveitando-se de estar sozinho na cozinha, colou a porca. Sobrou durepox. O maluco resolveu então arquitetar um pequeno rabo na suína. Sobrou durepox. Ele, não satisfeito, ainda sob forte efeito do álcool com validade prescrita, modelou dois chifres na bichinha. Assim nasceu a porquinha mutante.
Caso você se pergunte: “Mas ele é corinthiano e tem um porco em casa?” Não é um porco! É uma porca. Rosa. Sacou?
Por fim, esta é a galinha d’angola porta-guardanapos. Ela não tem graça nenhuma, embora tenha relativa utilidade. Adquiri a ave de madeira em uma circunstância curiosa. Passava o Réveillon 2007-2008 com uma família de amigos. Eles trouxeram uma brincadeira, como um amigo-oculto, em que dependendo de uma série de acontecimentos cada um terminava com um presente legal — como uma camisa ou uma caixa de bombons — ou algo pífio — como uma banana. Todas as lembranças foram compradas por eles e ficavam embrulhadas. Não lembro com que terminei (era algo irrelevante), mas negociei e optei por trocá-lo pela galinha. Achei simpática.
Último detalhe: nos tempos de faculdade, eu ainda tinha um leão de pedra-sabão, um sapo que fazia barulho de beijo, um macaco que veio no Passatempo e um ursinho Pooh.
6 comentários:
Achava que o sobrenome da Fernanda era Torquato! hehe
Legal o post!
Bem observado.
Alterei a ordem da frase.
Valeu!
Tava até comentando isso ontem com a Renata: não entra na minha cabeça esse negócio de ursinho Pooh; eu conheci o bicho como ursinho Puff, e eternamente será ursinho Puff pra mim.
Tô ligado, também já pensei nisto também.
Mas eu me adapto fácil às reformas ortográficas.
Eu faço uma graaande imitação do urso Pooh quando fico bêbado... "Tigrããão, eu tenho um poooote de meeeeel!"
E mascotes são clássicos, tornam a vida mais tranquila...e fiquei fã da porca-mutante, seu pai realmente sabe restaurar material artístico!
E a rinoceronta está atualmente disponível e aceitando propostas, ainda que relacionamentos inter-espécies sejam perigosos, vide "King Kong". Mas já aviso que sou ciumento!
muito legal, amor!
quer dizer q mandei bem, então? rs
pode deixar que darei um banho no Sr. Coala tá?
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